segunda-feira, 26 de março de 2012

O SOM INTENSO PROVOCA PERDA DE AUDIÇÃO

"Ás vezes, ouço o vento passar, e só de ouvir o vento passar,
A Sociedade Brasileira
de Otologia adverte:

Fernando Pessoa
Campanha Nacional da Audição

A Audição é o primeiro sentido a se estabelecer em nossa formação, antes mesmo de nascermos. É também um dos mais fascinantes, já que nos permite conhecer o mundo através de todos os sons. Ouvir bem é fundamental para o desenvolvimento daquela que talvez seja a mais importante das habilidades do ser humano: a comunicação. Ela é tão importante para a educação normal e o desenvolvimento global da criança, que sua falta pode ser devastadora. É necessária para a aquisição da fala, para o reconhecimento dos sons, identificação dos objetos e eventos e ainteriorização de conceitos.
A Campanha Nacional da Saúde Auditiva foi criada especialmente para levar a você mais informações sobre todos os assuntos que envolvem a Otologia, esse interessante universo de estudos da audição. Com a nossa campanha, esperamos trazer todas as orientações para que você possa entender melhor a importância dos cuidados com a sua saúde auditiva, desde os primeiros meses de vida até a preservação de uma boa qualidade de sua audição na terceira idade.


60% dos casos dos distúrbios da comunicação são representados pelas deficiências auditivas.
25 milhões de brasileiros têm diminuição auditiva
90% podem ser ajudados por tratamento médico, cirúrgico ou por aparelhos de audição
Estima-se que no Brasil 3 a 5 crianças em 1000 nascem surdas.
10 a 15% das crianças em idade escolar são portadoras de deficiência auditiva leve e flutuante.
2% das crianças em idade escolar são portadoras de deficiência auditiva que exigiriam o uso de aparelhos de amplificação sonora.
50 a 75% das deficiências auditivas são passíveis de serem diagnosticadas no berçário através da triagem auditiva (Otoemissões acústicas, também conhecida com teste da orelhinha).
A exposição a sons intensos é a segunda causa mais comum de deficiência auditiva. Muito se pode fazer para prevenir a perda auditiva induzida por ruído, mas pouco pode ser feito para reverter os danos que ela causa. Algumas vezes, uma simples e única exposição a um som muito intenso pode ser suficiente para levar a um dano auditivo irreversível. Isso ocorre porque o som de alta intensidade lesa as células sensoriais auditivas, causando perda auditiva proporcional ao dano gerado, podendo levar a zumbidos e distorção sonora.
Os sintomas iniciais da perda auditiva induzida por ruído são sutis, começando, na maioria dos casos, pelas freqüências agudas. Conseqüentemente muitas pessoas não percebem que apresentam uma perda auditiva induzida por ruído, pois todas as outras freqüências sonoras estão dentro da normalidade, e continuam se expondo a ele por falta de orientação ou conhecimento.
Ao contrário do que muitos imaginam, a exposição a sons intensos não atinge somente profissionais que trabalham em locais com elevado nível de ruído, como indústrias ou aeroportos, mas pode acontecer numa variedade de situações, que são muito freqüentes no dia-a-dia da maioria das pessoas.
Para se ter uma idéia comparativa da intensidade sonora de algumas situações/ambientes, colocamos numa tabela alguns sons ambientais aos quais nos expomos habitualmente:
Como se pode notar na tabela de intensidade sonora, a exposição a sons intensos ocorre com muito mais frequência do que se imagina.
Uma pessoa não pode permanecer em um ambiente com atividade sonora de 85 decibéis (dB NA) de intensidade por mais de oito horas. Esse tempo cai para quatro horas em lugares com 90 dB NA; duas horas em locais com 95 dB NA; uma hora aonde a intensidade chega a 100 dB NA. Dependendo do período de exposição, sons de intensidades superiores a 85 dB NA podem causar um infortúnio de dupla perversidade, pois ao mesmo tempo em que comprometem nossa capacidade auditiva para sons ambientais, normalmente agradáveis e prazerosos, nos incute um ruído intrínseco, contínuo, e não raramente desesperador: o zumbido.
Alguns estudos mostram que a chance de um indivíduo desenvolver perda auditiva quando exposto a ruídos de 90 decibéis (dB) durante 40 anos é de 25%. Isso sem levar em consideração que apenas um único som acima de 100dB pode lesar irreversivelmente as células sensoriais de pessoas suscetíveis. Essa intensidade sonora é facilmente atingida em cinemas, danceterias, shows musicais, comemorações com fogos de artifício, que fazem parte dos hábitos comuns da vida cotidiana.
Algumas dicas podem ser seguidas para saber se você está, ou esteve, em um ambiente com intensidade sonora potencialmente lesiva à sua audição:
se há necessidade de gritar em um determinado ambiente para se fazer ouvir;
se zumbidos ocorrem após exposição a um som intenso
se a sensação de ouvidos cheios ou de diminuição de audição aparece após a exposição sonora.
Portanto, se você já experimentou essa situação ou está exposto habitualmente a sons intensos, a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) e a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) recomendam que procure um médico otorrinolaringologista para avaliação e acompanhamento de sua saúde auditiva.


A Situação no Brasil

já vale a pena ter nascido"

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